sexta-feira, 26 de agosto de 2011

perdeu-poeta

sonhei que eu dirigia pelo centro da cidade,
quando um bandido vinha roubar meu carro.
está bem, mas posso só levar comigo umas coisinhas?
muito gentil e educado,
o bandido me deixava pegar
dois celulares
uma velha carteira roxa
e uma mochila quadriculada.
esqueci no chão meu caderno de poesia,
posso levar também?
mas isso não tem valor nenhum, moça.
arrancou com o carro
sumiu na primeiro de março
e eu abraçada com o caderno
dizia
pra mim, tem.



quarta-feira, 17 de agosto de 2011

ônibus-surpresa

peguei um ônibus hoje com uma surpresa dentro.
nenhum homem armado,
nenhum bebê chorando,
nenhum grupo de crianças saindo da escola,
nenhum motorista descontrolado.
no banco da frente,
de canetinha preta,
a frase:
“não diga que o céu é o limite se tem pegadas na lua”.
e eu só estava indo para o largo do machado.