quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Soneto de uma moça na janela


A moça da janela acorda e vai pra janela.
Acorda com cara de sonho ainda.
Sem saber se é moça, princesa ou balão.
Vai, então, pra janela, pra ver se a resposta flutua.

A moça da janela adora café com lírio.
A moça da janela passa manteiga no pé.
A moça da janela dá bom disco ao rádio-relógio.
A moça da janela continua com cara de sonho.

Toma um banco, vai pra rua.
Senta pra ouvir as histórias da manhã.
Corre e deixa cair o chapéu
Nem viu que o laço do vestido desamarrou.

Hoje a moça da janela acordou e deixou a janela
Foi ser ela mesma no mundo.

3 comentários:

  1. "Hoje a moça da janela acordou e deixou a janela
    Foi ser ela mesma no mundo"

    Se você não existisse teria que ser inventada urgente.

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  2. Eu gosto tanto desse jogo de palavras.
    Tem um tanto de infantil, um sem-sentido ingênuo que faz todo sentido quando lido com o coração.
    =)

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  3. Genial como tudo o que tem escrito. Parabéns!

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