sábado, 24 de outubro de 2009

Lápis Azul


A minha caixa de colorir era azul. O banho todo me tomava em água de brincar. Acontecia assim: água quente-fria-tempo. Demorava seis banhos em pé pra encher a banheira até lá em cima. Banho deitado, em palavra de mãe, é de relaxar. Em palavra de menina, é de virar peixe. A gente entrava como se entrasse num quarto sem barulho. Tchibum era o único. Devagar pra não levar tombo. Depois, fazia nado que era de ponta a ponta na água. Onda quebrando pra fora, no chão. Não briga, mãe. O olho terminava o banho primeiro que eu por motivo de sabão, mas eu não saía. Assoprava a água pra fazer vida pro barco e ele ia. Às vezes, virava. Só quando a toalha vinha num abraço é que eu tinha que sair. Até hoje é assim, me dá um lápis azul que eu desenho um dia feliz.

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