terça-feira, 23 de novembro de 2010

Um poema pra novembro

É engraçado como de uma hora pra outra,

Eu – esse ser tão descabido de interrogações –

Posso segurar a chama de um isqueiro com a língua,

Sustentar o vento com a pálpebra do meu polegar,

Escravizar as uvas retendo apenas o liquido denso e vivo

que sai delas,

Catapultar avenidas,

Abrigar montanhas dentro do meu casaco de seda,

Ouvir o que sussurram as formigas na linha do trem,

Posso tudo, e nada me evapora,


Só não posso, nem com toda a sorte do mundo,

dizer não.


Por isso, espero.


E tenho saudade.

4 comentários:

  1. Saudade é um bichinho bem ruim, mas colore alguns dias cinzas.

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  2. Você e essa sua mania de falar um monte de coisas que significam tanto em tão poucas palavras.

    "Só não posso, nem com toda a sorte do mundo,
    dizer não.

    Por isso, espero.

    E tenho saudade."

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  3. adoro >< kkk


    (se quiser dar uma olhada em nossos contos e poemas: http://liceucultural.wordpress.com/
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